A manhã começou áspera. O sol que normalmente me inunda a janela, reflecte no espelho e me abre os olhos faltou ao trabalho. Mas eu não podia faltar.
Levantei-me com o cinza resmungão lá fora e, teimosa, abri as cortinas na mesma. Tomei o pequeno almoço, ignorei o trânsito e saí.
No autocarro continuei a ler O Rapaz que Prendeu o Vento, a fome está finalmente a desaparecer no Malawi e ele construiu o seu primeiro protótipo de moinho de vento.
Quando saí do autocarro tive de abrir o guarda-chuva. O desgraçado já tem uma ou outra vareta deslocada que alegremente me prenderam o cabelo. Com uma careta soltei a juba e vinha a pensar como o meu cabelo detesta estes dias pingões, quando vi o B.
O B. foi meu colega de trabalho e agora é meu amigo. Diz as maiores parvoíces e é das pessoas mais inteligentes que conheço.
Cruzámo-nos, dei-lhe dois beijinhos e ele disse-me que estava muito frio hoje. Eu disse que sim e que não percebia. Quase não abrandámos o passo, mas foi o suficiente para dar um bocadinho de cor à minha manhã cinzenta.
Ver amigos quando não estamos à espera é das melhores coisinhas que a rotina nos força a ter.
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