Eléctrico. 10:00 da manhã. Uma qualquer excursão invade o 28 para proporcionar um dia diferente aos pequenos.
Valeu a pena ir sem phones nos ouvidos.
3 miúdas sentaram-se num dos bancos e fizeram questão de gozar com uma 4a que já não teve lugar.
Espero nunca ter sido assim tão malvada, porque foi mesmo isso que me chamou à atenção.
Água vai, água vem... Ouço uma delas dizer a outra:
- Eu já tenho 8 anos.
- Ah eu tenho 9! Toma!
Uma terceira pequena junta-se à conversa deveras irritada:
- E então? Lá porque ela tem menos anos não tens de a tratar mal!
Quase dei por mim a gritar "round 2: fight!" mas o assunto mudou. Iam visitar a galeria Zé dos Bois:
- Sabes porque é que se chama Zé dos bois? Porque tem lá boooois! Eu adoro.
As outras olhavam para ela incrédulas. Mas ela continuou.
- Vou deixar os bois comerem-me toda!
Ok. Estão a ver aqueles momentos em que a realidade é melhor do que qualquer ficção? Este foi um deles.
O grupo de pessoas à volta das 4 pequenas era composto por turistas e um ou outro português - que conseguiu (tal como eu) morder um sorriso maroto. Por fim, mesmo antes de sair ainda consegui ouvir a quarta miúda - que continuava de pé - a partilhar com as outras:
- A minha mãe tem papa-nicolau.
E com esta frase olhou para a professora/responsável acrescentou:
- É uma doença, não é?
Ela ignorou, a miúda também não insistiu, mas se calhar podia ter tentado uma explicação simples, digo eu. Com 8 anos não espero que compreenda tudo sobre um exame ginecológico, mas poderia ter largado a ideia de que a mãe tem uma doença com nome de uma alta figura do clero.
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